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domingo, 13 de novembro de 2011

Odorico Paraguaçu Tricordiano


Para começar, vamos esclarecer aos meus jovens leitores quem é Odorico Paraguaçu, apesar de que um filme de sucesso lançado recentemente trouxe o folclórico personagem à mídia novamente. Mas foi em 1962, que o memorável autor Dias Gomes escreveu uma peça de teatro que batizou de Odorico, o Bem-Amado. Baseada num caso verídico, passado no Espírito Santo, a peça contava a hilariante história do prefeito Odorico Paraguaçu, que se elegeu com a promessa de construir o cemitério de Sucupira. A cidade se livraria, assim, da humilhação de ter que enterrar seus mortos no município vizinho. Mas o cemitério ficou pronto e não podia ser inaugurado, porque ninguém morria. Depois de inúmeras peripécias para conseguir o morto, o prefeito acaba assassinado e sendo, ele mesmo, o defunto inaugural. Dez anos depois, a Rede Globo lança a novela que se tornou líder de audiência, mesmo nos tempos da ditadura, quando tinha que editar falas e cortar boa parte das cenas.
Outro dia revirando documentos na Casa da Cultura junto do amigo Lúcio Lorena descobri que aqui na nossa Sucupira Tricordiana, também existiu um Odorico e muita gente não sabe.
O Senhor Pio Avellar Gonçalves, nascido em 03 de maio de 1837, na cidade de Campanha – MG mudou-se ainda na infância para nossa cidade, onde cresceu e iniciou sua vida pública e profissional. Foi rancheiro, juiz de paz, comerciante, chefe político e filantropo, sendo muito conhecido em toda a redondeza.
No ano de 1889, Pio Avellar doou um terreno para a construção do cemitério “São João Batista”, em troca só impôs uma condição: que o cemitério só fosse inaugurado após o seu sepultamento.
Pio Avellar também foi o articulador responsável pela fundação da primeira Loja Maçônica de nossa cidade em 1898. Ao falecer em 5 de novembro de 1900, ou seja, há exatamente 111 anos, foi sepultado no Cemitério São João Batista, onde seus restos mortais estão depositados no obelisco mandado erigir pela Prefeitura em 1947, cumprindo assim seu desejo.
A história não é igual a de Odorico, mas lembra muito. Nossa cidade é cheia destas histórias, mas não temos muitas obras ou registros para mostrar aos jovens, precisamos trazer estes fatos para a mídia a fim de que todos conheçam os primórdios de nosso município. Uma obra que posso citar que conta esta e outras histórias é “Tricordianos Eternos” de Ronaldo Urgel Nogueira.
O objetivo desta crônica não é atribuir características de Odorico a Pio Avellar, e sim homenageá-lo como um dos benfeitores de nosso município, lembra-lo e fazer sua história chegar àqueles que só o conhecem como nome de rua.

Altair Nogueira é publicitário, atual Presidente da Câmara e adora a história de Três Corações. Me siga no twitter: @altair_nogueira