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domingo, 24 de julho de 2011

A melhor idade! Será?


Toda pessoa com 60 anos ou mais é considerada idosa. Nosso país há muito deixou de ser um país de jovens para se tornar uma país de idosos, se por um lado o aumento da longevidade representa avanço, por outro demonstra um total despreparo das políticas públicas para esta mudança.
Ao participar da Conferência Municipal dos Direitos dos Idosos, estive pensando nas declarações de nossa promotora pública Dra. Rosângela e do presidente do conselho, o querido amigo Dr. Paulo de Freitas sobre como os idosos, apesar de seu estatuto e de outros direitos assegurados, ainda não goza destes benefícios e, muitas vezes, é agredido verbalmente, fisicamente e em sua dignidade pela própria família.
Hoje, os idosos são usados por familiares inescrupulosos e sem o mínimo caráter como fonte de empréstimos consignados para satisfazer seus desejos consumistas, penalizando-os a ficarem sem seus medicamentos, sem condições dignas de vida. Grande parte dos idosos são os mantenedores de famílias inteiras de desempregados e, muitas vezes, de desocupados, com netos menores de idade que já engravidaram e continuam dependentes de suas aposentadorias. Alguns, para darem conta de tamanha carga acabam voltando a trabalhar para complementar a renda, ou será que você nunca encontrou um “velhinho” catando latinhas pelas madrugadas?
Nosso país tem hoje 20 milhões de idosos, mas ainda não estamos preparados para atender as necessidades destes. Principalmente os serviços públicos estão deixando muito a desejar, especialmente nas questões de transporte e de saúde.
No Brasil, as casas de repouso ainda são poucas e não existe esta cultura entre as pessoas. Aqui mesmo em nossa região só tenho conhecimento de uma na cidade de Itanhandu. Não basta ter um local para receber os idosos desamparados, é preciso ter profissionais qualificados, assistência médica, adaptações estruturais.
Os asilos são uma opção, mas quando são bem administrados por gestores especializados e respeitando as necessidades de infraestrutura para facilitar o dia-a-dia destes.
Mas o que os idosos mais querem além de qualidade de vida é claro, é de serem ouvidos, afinal eles têm muitas histórias prá contar, têm experiência de vida. Eles não querem ser abandonados num canto como se fossem um móvel velho que já não serve mais.
Quando participava da pastoral da juventude, visitava regularmente o asilo de nossa cidade, rezava terço com os idosos, dançava forró, contava piadas, mas o que mais fazia era sentar e ouvir suas histórias, os olhinhos deles até brilhavam contando fatos de um tempo em que sentiam saudades.
No artigo 3º do Estatuto do Idosos temos a seguinte redação: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” Portanto fica claro que é papel de todos nós e não apenas do Estado, vamos assumir nossa parcela de responsabilidade sem ficar responsabilizando o outro pelas falhas.

Temos países como o Japão em que os idosos são respeitados e suas opiniões são seguidas como lei. Os japonese cultuam seus ancestrais e, por consequência, os idosos. Sendo hoje o país com maior número de pessoas centenárias, serve de exemplo para todo o mundo. E que bom será quando atingirmos esta maturidade para tratar nossos idosos com respeito e dignidade.
Pense bem antes de praticar qualquer ato falho com um idoso, pense que amanhã pode ser você. Tenha mais paciência, afinal quando você era pequeno e necessitava de cuidados especiais, eles tiveram paciência com você. Diminua o passo para acompanhar os passos mais lentos deles, assim você poderá passar mais tempo junto e não se arrependerá no futuro. Tire um pouquinho do seu dia, uma vez no mês que seja, para visitar nosso asilo, nosso centro de convivência dos idosos, o NAF e mostrar que você se importa, tenho certeza que não irá se arrepender!

Altair Nogueira é publicitário, Presidente da Câmara Municipal de Três Corações e pela quantidade de cabelos brancos, logo estará velhinho também...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sinto vergonha de mim!


Nesta semana recorro ao grande Rui Barbosa para deixar minha mensagem nesta coluna, não encarem como falta de inspiração de minha parte, mas ele conseguiu reunir tudo o que eu queria falar nesta belíssima obra que deixou para a posteridade e, ainda hoje, se faz tão atual. Para o desavisado que não o conhece, Rui Barbosa, advogado, jornalista, jurista, político, diplomata, ensaísta e orador, nasceu em Salvador, BA, em 5 de novembro de 1849, e faleceu em Petrópolis, RJ, em 1º de março de 1923. Membro fundador da Academia, escolheu Evaristo da Veiga como patrono da Cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras. Com tantos escândalos logo no início do Governo Dilma, frutos da herança maldita de corrupção deixada por seu antecessor e padrinho político Lula, acho que temos que refletir e participar mais da vida política do nosso país. Muitas pessoas falam e são muito boas para falarem, mas não arregaçam as mangas e dão sua contribuição para a construção de uma sociedade mais justa. Reflita e passe adiante:

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto"

Altair Nogueira é publicitário, presidente da Câmara Municipal de Três Corações. Siga no twitter/altair_nogueira

Impunidade x Menoridade


Já faz algum tempo que queria por o dedo na ferida e acho que chegou a hora. Nossos parlamentares têm discutido certas questões importantes nos últimos tempos, mas o que têm discutido de projetos inúteis ou que visam ditar regras que deveriam ser de autonomia do cidadão e das famílias não é brincadeira! Vejam que absurdo o congresso querer proibir os pais de darem umas palmadas nos filhos. Confesso que nunca apanhei muito de meus pais, mas as poucas chineladas e beliscões que levei me fizeram ficar longe das más companhias e das drogas, não roubar, respeitar as pessoas, entre tantas outras lições que se aprendem em casa e nem sempre somente na conversa.
Os professores, hoje em dia, coitados, não podem nem repreender a "turma do fundão" que podem ser processados por assédio moral, é bullying! Não pode chamar atenção, não pode por de castigo, palmatória nem pensar.
Estão confundindo menoridade com impunidade. Os “de menor” aprontam, assaltam, estupram, matam, traficam, sequestram e não podem ser presos, não são punidos. Diz o Art. 5º do Novo Código Civil – “ A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil." Muito antes disso eles já engravidam, praticam crimes gravíssimos, se desligam completamente da vida familiar. Estes marginais inescrupulosos se utilizam da menoridade para ficarem impunes ao cometerem seus crimes.
Outro dia vi um conhecido marginal preso, rindo na capa do jornal, como se quisesse dizer: “Logo estarei de volta à ativa”. Isso se pudesse dizer né, se é que vocês me entendem. O tal do Conselho Tutelar, e, por favor, não me entendam mal, não estou falando das pessoas que compõe o conselho, eleitas legitimamente, mas da legislação que não lhe dá autonomia em suas atribuições. Muitas vezes conselheiros são ameaçados por pais e mesmo pelos bandidos que se dizem “de menor”. O Conselho Tutelar fica de mãos atadas e não pode tomar providências, ganha fama de inerte. Depois vem a turma dos Direitos Humanos, esta é a pior! Eu sou da teoria do Moacyr Franco – “Direitos humanos para humanos direitos!” Já estou esperando o turbilhão de críticas por esta minha opinião, mas nunca me furtei de falar claramente sobre qualquer assunto e esta é minha impressão sobre estas pessoas que atuam na defesa dos direitos humanos, é sempre a favor do bandido e nunca da pessoa de bem, da família. Correm para a cadeia para verificarem se o assassino está sendo bem tratado, mas não movem uma palha para a família do assassinado. Enquanto nossos legisladores federais discutem projetos sem nenhuma justiça para nossa população, o ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente) serve apenas como base para advogados defenderem seus “de menor”. A Lei Maria da Penha, que é uma das leis mais importantes já feitas neste país, graças à luta da D. Maria da Penha, cearense que escapou da morte por duas vezes, mas ficou paraplégica depois de levar um tiro do próprio marido e teve que recorrer à OEA para que nosso país punisse os covardes agressores de mulheres tem funcionado muito bem e acho que está na hora de criar a lei “marinho da penha” para, de alguma maneira, punir estes aproveitadores que se escondem atrás do ECA para aprontar à vontade. Precisamos parar de dizer que os jovens são o futuro do nosso país e encarar que eles são o presente, ou tomamos alguma atitude desde já para frear esta conduta criminosa que se alastrou pelo país ou, futuro, nem nós teremos.