sexta-feira, 22 de julho de 2011
Sinto vergonha de mim!
Nesta semana recorro ao grande Rui Barbosa para deixar minha mensagem nesta coluna, não encarem como falta de inspiração de minha parte, mas ele conseguiu reunir tudo o que eu queria falar nesta belíssima obra que deixou para a posteridade e, ainda hoje, se faz tão atual. Para o desavisado que não o conhece, Rui Barbosa, advogado, jornalista, jurista, político, diplomata, ensaísta e orador, nasceu em Salvador, BA, em 5 de novembro de 1849, e faleceu em Petrópolis, RJ, em 1º de março de 1923. Membro fundador da Academia, escolheu Evaristo da Veiga como patrono da Cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras. Com tantos escândalos logo no início do Governo Dilma, frutos da herança maldita de corrupção deixada por seu antecessor e padrinho político Lula, acho que temos que refletir e participar mais da vida política do nosso país. Muitas pessoas falam e são muito boas para falarem, mas não arregaçam as mangas e dão sua contribuição para a construção de uma sociedade mais justa. Reflita e passe adiante:
Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!
"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto"
Altair Nogueira é publicitário, presidente da Câmara Municipal de Três Corações. Siga no twitter/altair_nogueira
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