A discussão que domina os assuntos da comunidade tricordiana neste início de ano é o reajuste nas tarifas de ônibus coletivo urbano e rural. Apesar de ser algo que naturalmente acontece anualmente neste período, precedido das discussões sobre os custos da planilha apresentada pela empresa concessionária, o momento de crise econômica e política fez com que a população se revoltasse com tal aumento neste período de dificuldade. Apesar de também achar que não estamos em momento para onerar ainda mais a população de nenhuma maneira, o reajuste é legal, previsto na legislação e na concessão de exploração do transporte coletivo. É interessante ressaltar que nos últimos anos, vários novos bairros surgiram em nossa cidade, como o Vila Bela 1, Vila Bela 2, Vila Bela 3, Jardim Eldorado, Jardim das Hortênsias, Tapera, Residencial Dharma, Nova Três Corações 1 e Nova Três Corações 2, entre outros, o que aumenta consideravelmente o número de linhas para atendimento da população. Também cabe ressaltar que o número de idosos em nosso país cresce consideravelmente e estes são isentos da tarifa a partir dos 65 anos. Também recebem a gratuidade, as pessoas com deficiência e os acompanhantes daqueles que necessitam destes. Tudo isso pesa na planilha final que a empresa apresenta aos usuários. Tive oportunidade de participar das duas reuniões que reuniram os empresários da concessionária, imprensa, vereadores, presidentes de associações de moradores, técnicos do poder público e lideranças sociais para discutir o reajuste e sei que o valor de R$3,00 pesa e muito no bolso dos usuários, porém ainda ficamos 25 centavos abaixo do valor requerido pela empresa a partir de seus estudos. Cabe ainda lembrar que o tão citado Plano de Mobilidade Urbana apresentado pelo governo federal e que deve ser regulamentado pelos municípios, não só resguarda os direitos dos passageiros como também prevê todos os aspectos mencionados acima em suas páginas 29 e 30 e ressalta explicitamente sua predileção pela utilização deste tipo de transporte:"Da mesma forma, a utilização de transporte
público coletivo reduz a ocupação do espaço
das vias com muito mais pessoas transportadas
em relação à área pública utilizada do que
se fossem transportadas por veículos motorizados
individuais. Também neste caso, o primeiro
reduz emissões de gases na atmosfera com
custos individual e coletivo menores." Acho justo, democrático e salutar que a sociedade se mobilize e esteja antenada às questões de mobilidade em nossa cidade, mas não podemos deixar de reconhecer que a atual empresa concessionária em muito se difere de empresas de outras regiões do país ao apresentar uma frota nova, totalmente adaptada para pessoas com deficiência, manter constante diálogo e apoio aos usuários, praticar uma política interna de valorização dos funcionários, participar de forma ativa da comunidade demonstrando sua responsabilidade social, bem como integrar programas e projetos de redução de gases poluentes e de qualidade no transporte coletivo. A grande maioria das cidades vizinhas também reajustou suas tarifas para valores que variam entre R$3,00 e R$3,50 e nem de longe oferecem um serviço de transporte coletivo tão estruturado e de qualidade como em nossa cidade. Em recente pesquisa de opinião pública, realizada a pedido de uma instituição de ensino, o item mais bem avaliado pela população tricordiana foi o transporte coletivo. A passagem de ônibus em nossa cidade encontrava-se congelada há um ano e meio e havia sofrido redução na época das manifestações populares de 2013, ou seja, somada a inflação acumulada no período e os aumentos de combustíveis, salários e impostos, era previsível que a conta seria cobrada. Questionar é legítimo, mas com argumentos sólidos e uma discussão altiva, sem politizar ou polemizar simplesmente para gerar tumulto.
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