sexta-feira, 30 de abril de 2010
Ficha Limpa
Nesta semana, meu artigo tinha o título: “Cada um tem um gosto...”, mas decidi deixar este tema para outra oportunidade e para os leitores de meu site, pois não poderia deixar de comentar sobre o Projeto Ficha Limpa.
Para quem não sabe, o Projeto Ficha Limpa foi apresentado ao congresso através de iniciativa popular, com mais de 1,6 milhão de assinaturas, através do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, da CNBB, do CONIC, da OAB e de outras representações sérias de nosso país para impedir candidatos corruptos condenados pela justiça de se candidatarem.
Para quem assistiu a votação pela TV Câmara foi a maior decepção pensar que os nobres deputados votariam a matéria no último dia 7 de abril como queriam as lideranças que coordenam a campanha.
PT e PMDB lideraram a frente que tentou impedir a votação e mostrou que estes dois partidos não se importam com os candidatos “Ficha Suja” em seus quadros. Mais do que isso, mostraram a verdadeira face de sua ideologia. O partido de Dilma Rousseff e o partido de Michel Temer não assinaram o pedido de urgência junto de outros partidos e apenas seis partidos – DEM, PSDB, PV, PHS, PSOL e PPS – assinaram. No entanto, o número de assinaturas foi insuficiente para garantir a representatividade mínima de 257 deputados.
Sem o regime de urgência e havendo emendas, os textos são remetidos novamente à CCJ. O presidente da Casa, Michel Temer, disse que pedirá rapidez à comissão na análise da matéria. “Se não tem urgência, sou obrigado a mandar para a Comissão de Constituição e Justiça, mas a presidência da Câmara tem a disposição de votar esse projeto”, garantiu Temer.
Temer quer usar este projeto para se projetar na mídia já que pretende ser vice da candidata de Lula, a ministra Dilma Rousseff, e até hoje não tem méritos que o qualifiquem para a disputa.
Quando ouvi a fala de José Genoíno, sim ele é deputado federal, aquele mesmo do mensalão, aquele que o irmão carrega dólares na cueca, aquele que tem uma longa lista de feitos junto dos aloprados, fiquei indignado, defendendo que os corruptos devam ter o direito de se candidatar e que o povo tem o direito de votar em quem quiser, mesmo que este alguém seja tão incoerente e inconveniente quanto ele. Será que ele acha que o povo é bobo, babaca, idiota, estúpido? Será que não sabe que este projeto é de iniciativa popular? Que é vontade do povo, punir elementos nocivos como ele e sua turma da política?
Já que o filho do Brasil antecipou a corrida eleitoral, tenho o dever como articulista deste jornal de pedir que meus leitores acompanhem o desfecho desta votação e também acompanhem o que será votado durante a Copa do Mundo, pois vão se aproveitar da paixão nacional pelo futebol para aprovar aquelas surpresas desagradáveis que só descobrimos perto do natal e ganhamos de presente dos “Ficha Suja”.
Tenho orgulho de ser político, pois sei que a política é a mais vigorosa forma de amor, de caridade, de justiça e paz como já afirmava o Papa Paulo VI, quando damos testemunho de nossas ações, mas tenho vergonha destes políticos sujos, imorais e que não respeitam a dignidade e a inteligência do povo brasileiro.
Altair Nogueira é publicitário, vereador e apóia o Projeto “Ficha Limpa”
sexta-feira, 23 de abril de 2010
BBB x Izabella
Muitas pessoas estão me perguntando se neste ano não falarei sobre o BBB em minha coluna. Já decidi que não. Neste ano, o reality show não deu a repercussão esperada, talvez nossa população não esteja preparada ainda para tanta baixaria e futilidade exposta na televisão. Num programa onde um militante nazista, homofóbico pode ser o ganhador e as gatas foram eliminadas, não há o que se falar, posso apenas recomendar aos leitores que leiam o livro de George Orwell 1984 e entenderam melhor o fenômeno que tenta se reproduzir com esta atração.
Não falarei do BBB, mas falarei do reality show que se tornou o julgamento do casal de assassinos da garota Isabella. Desde o assassinato da garota Eloá por seu namorado, não via a imprensa tão empenhada num caso e a população com tanta fome de justiça.
Como bem disse a mãe da menina, o julgamento alivia, pois pune os culpados, mas não traz Isabella de volta. Nem somando os mais de 31 anos de pena de Nardoni e os 26 anos de Jatobá, chegaremos perto do que a garotinha poderia viver se não tivesse sido assassinada pelo próprio pai e pela madrasta.
No dia do julgamento, acredito que muitos fizeram como eu e só foram dormir após a meia-noite para saber a sentença do juiz. Todas as emissoras juntas, disputando o melhor ângulo, equalizando o melhor som. Para o promotor Cembranelli, aplausos, para o advogado de defesa do casal, vaias. Com a punição, fogos de artifício, choro, emoção, gritos, alegria. A população se sentiu aliviada pela atuação dos jurados, ou até mesmo, vingada.
Um crime como este choca o país, mas é triste quando nos damos conta de que coisas assim acontecem a todo momento. Além disso, existem outras situações de morte e violência que estão ao nosso redor e não damos importância, preferimos nos entronizar diante da TV e participar do julgamento do ano, sem levantar uma mão para auxiliar um doente que sofre nas filas dos hospitais, um idoso abandonado num asilo qualquer, uma criança que dorme ao relento de uma calçada, uma mãe que agoniza de fome marginalizada embaixo de uma ponte.
Abaixo quero destacar uma charge de Angeli, publicada na Folha de São Paulo do dia 24/03/2010 em que se resume o que quis transmitir com este artigo.
Altair Nogueira é publicitário, vereador, me comovo com certos casos, mas faço a minha parte ao invés de ficar apenas criticando!
Não falarei do BBB, mas falarei do reality show que se tornou o julgamento do casal de assassinos da garota Isabella. Desde o assassinato da garota Eloá por seu namorado, não via a imprensa tão empenhada num caso e a população com tanta fome de justiça.
Como bem disse a mãe da menina, o julgamento alivia, pois pune os culpados, mas não traz Isabella de volta. Nem somando os mais de 31 anos de pena de Nardoni e os 26 anos de Jatobá, chegaremos perto do que a garotinha poderia viver se não tivesse sido assassinada pelo próprio pai e pela madrasta.
No dia do julgamento, acredito que muitos fizeram como eu e só foram dormir após a meia-noite para saber a sentença do juiz. Todas as emissoras juntas, disputando o melhor ângulo, equalizando o melhor som. Para o promotor Cembranelli, aplausos, para o advogado de defesa do casal, vaias. Com a punição, fogos de artifício, choro, emoção, gritos, alegria. A população se sentiu aliviada pela atuação dos jurados, ou até mesmo, vingada.
Um crime como este choca o país, mas é triste quando nos damos conta de que coisas assim acontecem a todo momento. Além disso, existem outras situações de morte e violência que estão ao nosso redor e não damos importância, preferimos nos entronizar diante da TV e participar do julgamento do ano, sem levantar uma mão para auxiliar um doente que sofre nas filas dos hospitais, um idoso abandonado num asilo qualquer, uma criança que dorme ao relento de uma calçada, uma mãe que agoniza de fome marginalizada embaixo de uma ponte.
Abaixo quero destacar uma charge de Angeli, publicada na Folha de São Paulo do dia 24/03/2010 em que se resume o que quis transmitir com este artigo.
Altair Nogueira é publicitário, vereador, me comovo com certos casos, mas faço a minha parte ao invés de ficar apenas criticando!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O petróleo é nosso!
Quando Getúlio Vargas descobriu a fonte de riqueza que a Bahia escondia em suas águas, gritou a frase que intitula este humilde artigo. Mas não pense incauto leitor que isto surgiu espontaneamente pela emoção e nacionalismo reinante no momento, um marketeiro criou o bordão que marcaria a fundação da Petrobras. Não vou entrar no mérito da questão, muito menos quero criar rivalidade entre o estado do Rio de Janeiro e o restante da população brasileira, mas discutir o projeto de autoria do deputado federal gaúcho Ibsen Pinheiro que reparte os royalties do petróleo do pré-sal é fundamental, principalmente num ano eleitoral, em que tudo vai virar “rebolation” como tem se pregado por aí.
Em minha opinião, o petróleo não é de apenas um estado e sim da união, é a hora do Presidente Lula mostrar se realmente se preocupa com as desigualdades e repartir o bolo com todos, principalmente com aqueles que sempre são deixados de lado, ou se sua preocupação agora é simplesmente em fazer seu fantoche chegar ao planalto. A emenda Ibsen aprovada nesta quarta-feira prevê a distribuição dos royalties do petróleo com base nos fundos de participação dos estados e municípios. A medida diminui os recursos hoje assegurados aos estados produtores.
O governador do Rio, Sérgio Cabral está aproveitando os ventos e fazendo um carnaval, ou melhor, um baile funk em seu estado para convencer os cariocas de sua boa intenção. Aliás, nem na novela carioca de Manuel Carlos há atuações tão memoráveis quanto o choro de lamentação com lágrimas de crocodilo que o governador derramou para provar que está sensibilizado em ter de dividir os lucros do petróleo com o povo brasileiro, principalmente com seus irmãos mais pobres.
O ministro alegórico do meio-ambiente, Carlos Minc, disse que o estado da Guanabara já assumiu compromissos com o Comitê Olímpico Brasileiro e com a Fifa para a realização das Olimpíadas e Copa do Mundo e, por isso, contam com os recursos. Somente alguém como ele e o governador para planejarem ações com verbas que ainda nem existem. Uma pena não termos um deputado tricordiano que pudesse lutar e apoiar a causa do deputado Ibsen.
Aproveitando a oportunidade, preciso desabafar sobre a vergonha que acontece no âmbito político tricordiano. Enquanto em Varginha, dois arqui-rivais se uniram para que um concorra a deputado estadual, Dilzon Melo, e outro concorra a deputado federal, Dimas Fabiano, por aqui temos uma enxurrada de candidatos que pensam em seus próprios umbigos e não no bem da cidade. Nossa cidade vizinha corre o risco de eleger os dois deputados acima e ainda um terceiro, o ex-prefeito Mauro Teixeira, por sinal, um ótimo candidato. Quero citar Varginha, pois está na hora de parar de rivalidade, até por que não existem mais parâmetros para comparações, e seguir o exemplo de desenvolvimento, de inteligência política, de responsabilidade e gestão, antes que seja tarde. Já estamos muito atrasados, já perdemos todos os vagões do trem da história, então pensemos no bem comum e no progresso de Três Corações antes de nos lançarmos em aventuras que só nos fazem perder o prestígio que tanto nos custa recuperar.
Se pararmos para contar os pré-candidatos que almejam uma vaga na Assembléia Legislativa chegamos aos nomes dos vereadores Dr. Cláudio e Cassinho do Jukita, do empresário Luis Vilela, dos advogados Rinaldo Xavier e Cabo Rosa, e dos irmãos Wanderlei e Sandro Toledo. Conheço todos e tenho liberdade de falar-lhes, estão todos fadados ao fracasso! Sim, foi isto mesmo que eu disse, nossos vizinhos correm para eleger três representantes e nós não teremos nenhum, mais uma vez. Política é aliança, é diálogo, é coalizão e, muitas vezes, é saber a hora de tirar o time de campo. Será que é tão difícil perceber que com tantos nomes, os votos se dividirão e Três Corações sairá perdendo? Lanço aqui um desafio aos pré-candidatos para que estes senhores se reúnam e cheguem a um nome de consenso e tenho certeza que uniremos nossa terra para eleger um representante, quem sabe dois, um na esfera estadual e outro na federal.
Encerro, citando uma frase de Tancredo Neves de que a política é muito mais uma questão de destino do que de projeto pessoal. O petróleo é nosso, o Brasil é nosso, Três Corações é nossa, mas não podemos fazer da política que é a mais bela arte de fazer o bem comum, um espetáculo circense onde se erguem bandeiras que já tremulam amassadas e rasgadas pelo ego dos oportunistas.
Altair Nogueira é publicitário, vereador e acredita em Três Corações e nos tricordianos!
Em minha opinião, o petróleo não é de apenas um estado e sim da união, é a hora do Presidente Lula mostrar se realmente se preocupa com as desigualdades e repartir o bolo com todos, principalmente com aqueles que sempre são deixados de lado, ou se sua preocupação agora é simplesmente em fazer seu fantoche chegar ao planalto. A emenda Ibsen aprovada nesta quarta-feira prevê a distribuição dos royalties do petróleo com base nos fundos de participação dos estados e municípios. A medida diminui os recursos hoje assegurados aos estados produtores.
O governador do Rio, Sérgio Cabral está aproveitando os ventos e fazendo um carnaval, ou melhor, um baile funk em seu estado para convencer os cariocas de sua boa intenção. Aliás, nem na novela carioca de Manuel Carlos há atuações tão memoráveis quanto o choro de lamentação com lágrimas de crocodilo que o governador derramou para provar que está sensibilizado em ter de dividir os lucros do petróleo com o povo brasileiro, principalmente com seus irmãos mais pobres.
O ministro alegórico do meio-ambiente, Carlos Minc, disse que o estado da Guanabara já assumiu compromissos com o Comitê Olímpico Brasileiro e com a Fifa para a realização das Olimpíadas e Copa do Mundo e, por isso, contam com os recursos. Somente alguém como ele e o governador para planejarem ações com verbas que ainda nem existem. Uma pena não termos um deputado tricordiano que pudesse lutar e apoiar a causa do deputado Ibsen.
Aproveitando a oportunidade, preciso desabafar sobre a vergonha que acontece no âmbito político tricordiano. Enquanto em Varginha, dois arqui-rivais se uniram para que um concorra a deputado estadual, Dilzon Melo, e outro concorra a deputado federal, Dimas Fabiano, por aqui temos uma enxurrada de candidatos que pensam em seus próprios umbigos e não no bem da cidade. Nossa cidade vizinha corre o risco de eleger os dois deputados acima e ainda um terceiro, o ex-prefeito Mauro Teixeira, por sinal, um ótimo candidato. Quero citar Varginha, pois está na hora de parar de rivalidade, até por que não existem mais parâmetros para comparações, e seguir o exemplo de desenvolvimento, de inteligência política, de responsabilidade e gestão, antes que seja tarde. Já estamos muito atrasados, já perdemos todos os vagões do trem da história, então pensemos no bem comum e no progresso de Três Corações antes de nos lançarmos em aventuras que só nos fazem perder o prestígio que tanto nos custa recuperar.
Se pararmos para contar os pré-candidatos que almejam uma vaga na Assembléia Legislativa chegamos aos nomes dos vereadores Dr. Cláudio e Cassinho do Jukita, do empresário Luis Vilela, dos advogados Rinaldo Xavier e Cabo Rosa, e dos irmãos Wanderlei e Sandro Toledo. Conheço todos e tenho liberdade de falar-lhes, estão todos fadados ao fracasso! Sim, foi isto mesmo que eu disse, nossos vizinhos correm para eleger três representantes e nós não teremos nenhum, mais uma vez. Política é aliança, é diálogo, é coalizão e, muitas vezes, é saber a hora de tirar o time de campo. Será que é tão difícil perceber que com tantos nomes, os votos se dividirão e Três Corações sairá perdendo? Lanço aqui um desafio aos pré-candidatos para que estes senhores se reúnam e cheguem a um nome de consenso e tenho certeza que uniremos nossa terra para eleger um representante, quem sabe dois, um na esfera estadual e outro na federal.
Encerro, citando uma frase de Tancredo Neves de que a política é muito mais uma questão de destino do que de projeto pessoal. O petróleo é nosso, o Brasil é nosso, Três Corações é nossa, mas não podemos fazer da política que é a mais bela arte de fazer o bem comum, um espetáculo circense onde se erguem bandeiras que já tremulam amassadas e rasgadas pelo ego dos oportunistas.
Altair Nogueira é publicitário, vereador e acredita em Três Corações e nos tricordianos!
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