Agora é prá valer, vão começar os programas de TV nesta próxima terça-feira, dia 17 de agosto e muita coisa vai mudar, pois o poder de influência da mídia vai tomar conta da campanha eleitoral. Apesar de que a internet tem tomado espaço e já se relaciona diretamente com o eleitorado através de e-mails, vídeos, sites e diversos recursos de interação, é na tela da televisão que a maioria das pessoas conhece os candidatos e faz sua opção.
Lendo a Folha de São Paulo vi que em Alagoas, uma multidão tomou as ruas de caras pintadas gritando “Fora Collor” e houve um princípio de embate com os simpatizantes colloridos que defendem e apóiam a candidatura do ex-presidente que sofreu impeachment em 1992 e agora disputa a cadeira ao governo do estado, mostrando que o povo brasileiro sempre dá uma segunda chance.
O ficha-limpa parece que chegou para ficar, mas ainda sabemos de muitos casos de compra de votos e de candidatos que tentam se esconder em pele de cordeiro, mas que têm a ficha corrida maior que a ficha de realizações em prol da sociedade.
Outro dia, estava na fila do banco e debatendo política com um amigo, ele simpatizante da candidatura de Dilma Roussef para a presidência e de Antonio Anastasia ao governo do estado. Este movimento existe em várias partes do estado e tem até o apelido de “Dilmasia”, afinal muitos prefeitos petistas não trairiam a confiança de Lula, mas também não deixariam de prestigiar a candidatura de um indicado por Aécio Neves.
Na conversa, mencionei que esta dobradinha era incompatível e que uma candidatura tucana no estado não seria beneficiada num governo petista. Mas o amigo argumentava que Dilma, assim como Anastasia, tem formação técnica, é uma gerente pública, pautada na concretização de resultados, sem nunca ter disputado um cargo eletivo, seria beneficiada pela popularidade de seu padrinho, o Presidente Lula, no caso de Anastasia, o ex-Governador Aécio Neves. Meu amigo disse que votaria em Aécio para a presidência, mas que o PSDB desrespeitou o eleitorado mineiro ao forçar a indicação de um candidato paulista, no caso, José Serra.
Concordo com a reflexão sobre o momento político de Aécio Neves para disputar a presidência, como sucessor de Lula, mas a experiência administrativa de Serra, um candidato “experimentado”, ainda fazia toda a diferença. Ao contrário de Dilma que é uma caixinha de surpresas, podendo ser apenas um fantoche manipulado por lideranças de gabarito duvidoso que ainda estão infiltradas nos quadros do PT. Marina Silva é um caso a parte com boas propostas, sensibilidade e capacidade para governar o país, mas sem base suficiente para atingir todo o eleitorado. A conversa durou até o apito que indicava minha senha de atendimento no painel eletrônico do banco, decidimos então concordar que em Minas, a continuidade de um governo de resultados seria o melhor e deixamos o debate presidencial para outra oportunidade.
Certamente, a política é um jogo para adultos, mexe com paixões, tem muitos interesses. É um jogo tão excitante que faz com que as pessoas envolvidas percam a noção da realidade e passem a viver em mundos paralelos onde a mágica eleitoral colore toda a massa cinzenta que existe no dia-a-dia das pessoas em meio a tanta corrupção, improbidade, inércia administrativa, aparelhamento e loteamento das instituições públicas.
Espero que as pessoas saibam discernir o que é marketing e o que é realmente plano de governo possível entre os candidatos para que o país e nosso estado possa manter suas conquistas e avançar nas áreas onde podem se ampliar os investimentos.
Altair Nogueira é publicitário, vereador e há muitos anos foi picado pela mosca azul da política
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