Foi o dinheiro que poderia ajudar estas crianças que financiou o campeonato da Beija-Flor |
Ao contrário de São Paulo, onde se viu a disputa mais acirrada dos últimos anos entre as escolas de samba do grupo especial, e venceram, realmente, as melhores, Vai-Vai homenageando Elis Regina e Mocidade Alegre homenageando Marília Pêra, no Rio de Janeiro venceu o dinheiro. A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis venceu o carnaval carioca, mas perdeu, ainda mais, sua credibilidade diante do público que acompanha os desfiles. Com uma apresentação fria, técnica, quadrada, engessada, feia, a agremiação vendeu seu enredo para o governo ditatorial da Guiné Equatorial. A ONU diz que menos de metade da população tem acesso à água potável e que 20% das crianças morrem antes de completar cinco anos. O regime autoritário no poder na Guiné Equatorial tem um dos piores registos de direitos humanos no mundo, e consegue se manter como o "pior do pior" no ranking da pesquisa anual da Freedom House de direitos políticos e civis. Repórteres classificam o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo um dos "predadores" da liberdade de imprensa. O tráfico de pessoas é um problema significativo, de acordo com o "US Trafficking in Persons Report", de 2012, que afirma que "a Guiné Equatorial é uma fonte e destino para mulheres e crianças vítimas de trabalho forçado e tráfico de sexo."Desfiles empolgantes, emocionantes, ricos de cultura e tradição, com a cara do povo, coloridos e ousados foram desprezados pelos jurados, se é que há algo sério nesta apuração. A Portela surreal, a tecnologia de Mocidade e Salgueiro, a alegria da União da Ilha e a criatividade da Tijuca foram ignorados, diante dos R$10 milhões gastos pela Beija-Flor, vindos do patrocínio sujo e sangrento do tirano que comanda o país africano. Feio, muito feio. Vence o dinheiro, e perde o Carnaval carioca...
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