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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

POLÍCIA FEDERAL PRENDE LÍDERES DE SEITA RELIGIOSA QUE ESCRAVIZAVA FIÉIS

A Polícia Federal deflagrou, nesta semana, a Operação DE VOLTA PARA CANAÃ, para desarticular uma organização criminosa que utilizava uma seita religiosa para se apoderar do patrimônio de seus fiéis, submetendo-os a trabalhos forçados, em situação análoga a de escravos. A operação conta com 190 policiais federais, que estão dando cumprimento a 129 mandados judiciais, dos quais 06 são mandados de prisão temporária, 06 mandados de busca e apreensão e 47 de condução coercitiva e 70 de sequestro de bens, envolvendo imóveis, veículos e dinheiro. Os mandados, expedidos pela 4ª. Vara Federal em Belo Horizonte/MG, estão sendo cumpridos nas cidades de Pouso Alegre, Poços de Caldas, Andrelândia, Minduri, São Vicente de Minas, Lavras, Carrancas (MG), Remanso/BA, Marporá/BA, Barra/BA, Ibotirama/BA, Cotegipe/BA eSão Paulo/SP, abrangendo 03 estados da federação. As investigações apontaram que os dirigentes da seita religiosa JESUS, A VERDADE QUE MARCA estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas onde desenvolviam suas atividades e rituais religiosos. Os fiéis, ao ingressarem na seita, eram convencidos a doar seus bens sob o argumento da convivência em uma comunidade onde “tudo seria de todos” e, em seguida, obrigados a trabalhar sem qualquer espécie de pagamento. Os investigadores estimam que o patrimônio recebido em doação dos fiéis chegue a pouco mais de 100 milhões de reais. Parte desse patrimônio foi convertido em grandes fazendas, suntuosas casas e veículos de luxo. A operação dá continuidade aos trabalhos iniciados em 2011, que culminaram com a deflagração da OPERAÇÃO CANAÃ, em 2013, na qual a Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho realizaram inspeções em propriedades rurais e em algumas das empresas urbanas a partir de que foi possível identificar um sofisticado esquema de exploração do trabalho humano e lavagem de dinheiro levado a cabo por dirigentes e líderes religiosos.  Somente neste ano, a Polícia Federal começou a investigar mais de 50 casos envolvendo o tráfico e a exploração de pessoas no Brasil. Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

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