quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Bom Exemplo: Catadora acha R$250mil no lixo e devolve ao Hospital do Câncer de Barretos
A catadora de materiais recicláveis Ana Maurícia dos Santos Cruz, 23, havia saído para mais um dia de trabalho, quando, na volta para casa, encontrou R$ 250 mil em cheques – valor 260 vezes maior do que os R$ 960 mensais que recebia de uma cooperativa. O envelope com os cheques endereçados ao Hospital do Câncer de Barretos foram devolvidos sem nenhum arrependimento. O exemplo de honestidade aconteceu em Barretos, no interior paulista. “Era um dinheiro que poderia mudar muito a minha vida, mas pensei nas crianças e nos idosos com câncer que estão no hospital e precisam do dinheiro”, afirma. Ana conta que o dinheiro foi encontrado no terreno de depósito do hospital, debaixo de papelões e plásticos. “Eu vi uma agenda que achei bonita e decidi pegar pra mim. À noite, quando voltei para casa, nem cheguei a tomar banho e, quando fui olhar, tinha um envelope fechado. Achei estranho quando vi os cheques. Como na agenda não tinha nada escrito, vimos um número no envelope, e meu cunhado conseguiu entrar em contato com a secretária do Henrique Prata (diretor geral da instituição e filho do médico fundador do Hospital do Câncer de Barretos, Paulo Prata)”, lembra a catadora. Única responsável pelo sustento dos pais e do filho de 3 anos, Ana diz que estava trabalhando como catadora havia quatro meses, mas já foi garçonete, babá e faxineira. “Trabalho das 8h até as 19h. É cansativo, porque não é só separar caixas, às vezes temos que buscar barras de ferro e arrastar PET e papelão, é pesado”, conta. Com o marido usuário de drogas e preso por tráfico há dois anos e com mais dois de pena para cumprir, a filha de uma dona de casa e de um aposentado em jardinagem atribui o exemplo de honestidade aos pais. “Morei dentro de barracão que ficava atrás de um brejo, e crescemos desse jeito, com educação, sempre humildes e honestos. Isso é o que também tento passar para o meu filho hoje”, afirma. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o diretor da instituição ofereceu um emprego para Ana. “Ficaram de me ligar. Se eles me chamarem, vou aceitar trabalhar lá”, disse. (OTempo)
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