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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O verdadeiro Papai Noel


Depois de algumas semanas sabáticas sem escrever, publico hoje meu último artigo deste ano de 2010. Escrevo com a certeza do dever cumprido. Escrevo com a felicidade de muitos leitores descobertos durante este tempo que me acompanham e gostam do que falo. Escrevo com a consciência tranquila de quem opina com ousadia, sem medo de retaliações e com a independência necessária para manter minha credibilidade diante da opinião pública.
Claro que ao nos aproximarmos das festas de fim de ano, muitos foram os pedidos para que eu falasse sobre o verdadeiro sentido do Natal e do Ano Novo, falasse sobre as expectativas para 2011 e fizesse uma retrospectiva do ano que passou.
Mas desta vez, decidi ignorar estes apelos e homenagear um grande ídolo de todos nós que, mais uma vez, mostra que a palavra SUPERAÇÃO é presente em vários momentos de sua vida. Alguém maior que suas próprias empresas, alguém que realiza o sonho de milhões de pessoas de todo o país. Alguém que faz parte do domingo de todas as famílias brasileiras e é a própria história da televisão brasileira.
O verdadeiro Papai Noel, o verdadeiro herói brasileiro, o homem sorriso da televisão, o Rei Midas da Comunicação, Silvio Santos. Ele premia pessoas durante todo o ano, realiza os desejos das donas de casa, das crianças, das famílias. Assim como macarrão, cerveja e futebol, Silvio Santos faz parte do nosso domingo e seu baú de felicidade parece não ter fim.
Nas roletas premiadas, nas cores e luzes de seu cassino televisivo, Silvio comanda a plateia com maestria, arranca gargalhadas, gritos e gestos com seus bordões tradicionais. Silvio Santos é cult, é brega, é lenda. A cada domingo uma nova emoção, momentos que ficam gravados na memória de quem participa e de quem assiste. Quem quer dinheiro? Quem quer uma casa própria? Quem quer um carro? Quem quer ficar milionário? Quem não gostaria de ser Silvio Santos? O menino pobre, filho de imigrantes que foi camelô e é um exemplo vivo de alguém que ficou milionário, trabalhando honestamente parece o roteiro de um filme, mas é pura realidade.
O atual momento difícil não é diferente de quando passou por problemas de saúde, quando perdeu sua primeira esposa que tinha câncer, quando teve seu atual casamento abalado, quando teve sua irmã e sua filha sequestradas, quando perdeu seu programa na Rede Globo. Todas as barreiras que a vida lhe impôs foram superadas com a mesma facilidade com que comanda os jogos de domingo e rege suas colegas de trabalho. Assim, também temos a certeza de que brevemente suas empresas estarão livres do empréstimo bilionário e ele como a ave fênix renascerá ainda mais vigoroso.
Silvio Santos é o próprio self made man que com carisma e um dom inabalável de vender suas idéias e seus produtos leva felicidade há brasileiros e brasileiras. Ao lado de Lula, Ayrton Senna, Juscelino Kubitschek, Hebe Camargo, Pelé, Beto Carrero, Antônio Ermírio de Morais, ele tem seu lugar no imaginário coletivo como um ídolo a ser seguido.
Apesar de 2010 ter sido um ano difícil para Silvio Santos, ele provou mais uma vez que com esforço, empenho, determinação, ética e responsabilidade é possível superar os obstáculos e nunca desistir, dando um grande exemplo a todos os brasileiros.
Neste mês, especificamente no dia 12, Senor Abravanel completou 80 anos e o homem mais feliz do Brasil, o mesmo que criou a tv mais feliz do Brasil, mostrou que continuará fazendo o Brasil, o país mais feliz do mundo.

Os erros do Serra

O mais triste de perder a eleição é que agora aparecem os mais diversos profetas e especialistas para apontar os erros e os acertos de cada um como se a política fosse uma ciência exta baseada em fórmulas e não a radiografia de uma emoção momentânea, de um estado de espírito, de uma tendência, muitas vezes, impulsionada pelo marketing.
Mesmo assim, arriscarei apontar algumas falhas que percebi na campanha do tucano José Serra, as quais enviei por e-mail para a coordenação de sua campanha durante os últimos meses.
Primeiramente, queiram ou não, os mineiros se sentiram preteridos pelo PSDB, quando a cúpula optou por Serra, sem ao menos concordar com as prévias propostas por nosso ex-governador Aécio Neves. Estas seriam uma inovação histórica em nossa trajetória política, além de uma oportunidade única de percorrer todo o país com um projeto de governo pós-Lula. Assim, Dilma que é mineira, conseguiu cativar a maioria do eleitorado do nosso estado.
A demora no anúncio de quem seria o candidato da oposição enquanto Lula e Dilma viajavam todo o Brasil em franca campanha, dominando todo o noticiário foi outro fator relevante que prejudicou a candidatura de Serra.
Todos sabem das dificuldades de Serra em formar alianças, enquanto em Minas Gerais nada menos que quinze partidos integraram a coligação vitoriosa de Antonio Anastasia graças ao poder aglutinador de Aécio, no âmbito nacional somente o DEM, o PTB e os nanicos PT do B e PMN somaram forças ao PSDB.
A escolha do vice foi outro incidente traumático. Enquanto muitos torciam para que Serra lançasse logo seu nome e convidasse Marina Silva do PV para ser sua vice, muitos desacreditaram a ambientalista que terminou o 1º turno com quase 20 milhões de votos. Também chegaram a divulgar o nome do Senador Álvaro Dias, mas o DEM pressionou e indicou o nome do desconhecido Índio da Costa. O único ponto negativo do vice era este, ser desconhecido, mas o marketing da campanha o deixou ainda mais desconhecido durante todo o processo eleitoral e não soube usar sua imagem jovem, sua postura polêmica, além de ter sido relator do Ficha-Limpa.
O medo de opor-se a Lula também levou Serra a perder votos onde sempre foi mais forte, entre as pessoas com ensino superior e entre os simpatizantes do PSDB. Estes eleitores natos sentiram que Serra também era um candidato da continuidade e optaram por Marina Silva.
Além do que eu considero o maior de todos os erros, esconderam Fernando Henrique Cardoso e não souberam tirar todo o proveito possível dele, quando acordaram já era tarde. Enquanto o senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes utilizou a imagem do ex-presidente em sua campanha e acabou eleito com a maioria absoluta dos votos, só então perceberam que Fernando Henrique tinha derrotado Lula por duas vezes no 1º turno, que todos os avanços do atual governo se deram por conta da sólida base econômica e institucional deixada pelo antecessor. Nem mesmo as privatizações que desoneraram a máquina governamental e universalizaram o acesso das pessoas a bens como o telefone fixo e o celular foram defendidas por Serra e acabaram se tornando bandeira para Dilma bater.
Foram muitos erros como a utilização do discurso religioso durante a campanha e a falta de emoção na hora da propaganda e dos discursos. Mas, agora não adianta apontar erros e se lamentar, temos que torcer para que Dilma forme uma boa equipe e que nosso país continue avançando, afinal se ele vai mau, todos nós pagamos a fatura.
Altair Nogueira é publicitário, vereador e torce pelo Brasil