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sexta-feira, 16 de abril de 2010

O petróleo é nosso!

Quando Getúlio Vargas descobriu a fonte de riqueza que a Bahia escondia em suas águas, gritou a frase que intitula este humilde artigo. Mas não pense incauto leitor que isto surgiu espontaneamente pela emoção e nacionalismo reinante no momento, um marketeiro criou o bordão que marcaria a fundação da Petrobras. Não vou entrar no mérito da questão, muito menos quero criar rivalidade entre o estado do Rio de Janeiro e o restante da população brasileira, mas discutir o projeto de autoria do deputado federal gaúcho Ibsen Pinheiro que reparte os royalties do petróleo do pré-sal é fundamental, principalmente num ano eleitoral, em que tudo vai virar “rebolation” como tem se pregado por aí.
Em minha opinião, o petróleo não é de apenas um estado e sim da união, é a hora do Presidente Lula mostrar se realmente se preocupa com as desigualdades e repartir o bolo com todos, principalmente com aqueles que sempre são deixados de lado, ou se sua preocupação agora é simplesmente em fazer seu fantoche chegar ao planalto. A emenda Ibsen aprovada nesta quarta-feira prevê a distribuição dos royalties do petróleo com base nos fundos de participação dos estados e municípios. A medida diminui os recursos hoje assegurados aos estados produtores.
O governador do Rio, Sérgio Cabral está aproveitando os ventos e fazendo um carnaval, ou melhor, um baile funk em seu estado para convencer os cariocas de sua boa intenção. Aliás, nem na novela carioca de Manuel Carlos há atuações tão memoráveis quanto o choro de lamentação com lágrimas de crocodilo que o governador derramou para provar que está sensibilizado em ter de dividir os lucros do petróleo com o povo brasileiro, principalmente com seus irmãos mais pobres.
O ministro alegórico do meio-ambiente, Carlos Minc, disse que o estado da Guanabara já assumiu compromissos com o Comitê Olímpico Brasileiro e com a Fifa para a realização das Olimpíadas e Copa do Mundo e, por isso, contam com os recursos. Somente alguém como ele e o governador para planejarem ações com verbas que ainda nem existem. Uma pena não termos um deputado tricordiano que pudesse lutar e apoiar a causa do deputado Ibsen.
Aproveitando a oportunidade, preciso desabafar sobre a vergonha que acontece no âmbito político tricordiano. Enquanto em Varginha, dois arqui-rivais se uniram para que um concorra a deputado estadual, Dilzon Melo, e outro concorra a deputado federal, Dimas Fabiano, por aqui temos uma enxurrada de candidatos que pensam em seus próprios umbigos e não no bem da cidade. Nossa cidade vizinha corre o risco de eleger os dois deputados acima e ainda um terceiro, o ex-prefeito Mauro Teixeira, por sinal, um ótimo candidato. Quero citar Varginha, pois está na hora de parar de rivalidade, até por que não existem mais parâmetros para comparações, e seguir o exemplo de desenvolvimento, de inteligência política, de responsabilidade e gestão, antes que seja tarde. Já estamos muito atrasados, já perdemos todos os vagões do trem da história, então pensemos no bem comum e no progresso de Três Corações antes de nos lançarmos em aventuras que só nos fazem perder o prestígio que tanto nos custa recuperar.
Se pararmos para contar os pré-candidatos que almejam uma vaga na Assembléia Legislativa chegamos aos nomes dos vereadores Dr. Cláudio e Cassinho do Jukita, do empresário Luis Vilela, dos advogados Rinaldo Xavier e Cabo Rosa, e dos irmãos Wanderlei e Sandro Toledo. Conheço todos e tenho liberdade de falar-lhes, estão todos fadados ao fracasso! Sim, foi isto mesmo que eu disse, nossos vizinhos correm para eleger três representantes e nós não teremos nenhum, mais uma vez. Política é aliança, é diálogo, é coalizão e, muitas vezes, é saber a hora de tirar o time de campo. Será que é tão difícil perceber que com tantos nomes, os votos se dividirão e Três Corações sairá perdendo? Lanço aqui um desafio aos pré-candidatos para que estes senhores se reúnam e cheguem a um nome de consenso e tenho certeza que uniremos nossa terra para eleger um representante, quem sabe dois, um na esfera estadual e outro na federal.
Encerro, citando uma frase de Tancredo Neves de que a política é muito mais uma questão de destino do que de projeto pessoal. O petróleo é nosso, o Brasil é nosso, Três Corações é nossa, mas não podemos fazer da política que é a mais bela arte de fazer o bem comum, um espetáculo circense onde se erguem bandeiras que já tremulam amassadas e rasgadas pelo ego dos oportunistas.

Altair Nogueira é publicitário, vereador e acredita em Três Corações e nos tricordianos!

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