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quarta-feira, 28 de julho de 2010

O que você gostaria de ver na tv?


Estive em São Paulo nesta semana para gravar uma participação no programa Casos de Família do SBT, debatendo a televisão, a partir do tema que dá título a este artigo. Na pauta, a guerra pela audiência, baixaria e o que as pessoas gostam de ver na televisão. Me acompanharam na discussão, um produtor de TV, um apresentador, um crítico de cinema e TV e um professor. Primeiramente, digo que o programa não é armado, pelo menos, este não foi, pude expressar minhas opiniões reais a respeito da TV e agora reproduzo algumas de minhas considerações neste artigo.
Primeiramente, quero ressaltar que a televisão vive um momento delicado, onde os jovens que sempre foram o principal público alvo se interessam muito mais por celular, internet, mp3, TV a cabo, e-books, do que pelas atrações televisivas. As emissoras de TV aberta ainda não conseguiram se adaptar a esta nova realidade, afinal os jovens de hoje fazem seus próprios vídeos e baixam no You Tube(site que exibe vídeos produzidos por seus próprios usuários), também gravam suas próprias composições que se espalham pelos i-pods, divulgam suas idéias e pensamentos em blogs ou por twitter, orkut, my space, facebook entre outras opções do mundo virtual. A rede mundial de computadores desperta o interesse das pessoas por sua capacidade de interatividade e inovação, que a TV ainda não conseguiu aglutinar em sua grade.
Aliás, inovação é uma palavra cada vez mais distante do mundo televisivo. Vejam um exemplo do que falo com o sucesso que programas de auditório como o de Silvio Santos, Raul Gil e Hebe Camargo ainda alcançam, mesmo depois de décadas no ar com a mesma fórmula. Notem que mesmo apresentadores novatos que estão se destacando no momento, Rodrigo Faro e Luciano Huck recorrem à moldes consagrados em suas atrações para elevarem os níveis de audiência.
As crianças têm assistido novidades como “Bob Esponja” e “Ben 10”, mas o que agrada mesmo ainda são os famosos cartoons da Warner e da Hanna Barbera. Penélope Charmosa, Pernalonga, Pica-Pau, Scooby Doo, Os Flinstones continuam a mexer com o imaginário dos baixinhos. Também não podemos nos esquecer do garoto levado que mora dentro de um barril e apronta todas naquela vila que tem mais de 30 anos no ar: Isso...isso...isso! Estou falando do Chaves.
As novelas são um caso a parte, elas são sempre as mesmas, peguem qualquer trama escrita pela novelista Glória Perez nas últimas duas décadas e verão que são sempre as mesmas histórias, as mesmas personagens, o mesmo desfecho, só mudam nomes, figurinos, cenários e o país. No caso do autor Manoel Carlos então, a coisa é pior, pois nem o nome da protagonista muda, sempre é Helena e sempre vive na zona sul do Rio, no Leblon. Se você assistir o primeiro e o último capítulo, você não perdeu nada, o mocinho sempre vence o vilão e muitos casamentos e batizados são realizados para encerrar qualquer folhetim.
No humor, as piadas são as mesmas do tempo do guaraná com rolha e quem realmente arranca gargalhadas do público são as personagens manjadas do programa “A praça é nossa”, as trapalhadas de Didi e Dedé e os bordões consagrados de Chico Anísio.
Parece que Elis Regina estava certa quando disse que ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais. A TV gira, gira e acaba apostando naquilo que deu certo desde seu início, as fórmulas mais simples são as que o público mais se identifica, afinal parece que a televisão ainda não está preparada para tanta modernidade e interatividade.

Altair Nogueira é publicitário, vereador e adora televisão!

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