ESCÂNDALO: VEREADORES APROVAM RESOLUÇÃO PARA LEGALIZAR CABIDE DE EMPREGO

Vereadora Edna Mafra tentou coagir vereadores a votar favoravelmente ao projeto
 e se exaltou durante a sessão, tentando pressionar a vereadora Chica Lodonho.

Infelizmente, toda terça-feira pela manhã, gostaríamos de sentar diante do computador e escrever sobre coisas boas para nossos internautas, mas isso nem sempre é possível, já que precisamos informar o que se passou na sessão ordinária da Câmara Municipal na noite anterior e, "nunca antes na história desta cidade", se viu uma legislatura capaz de renovar seus escândalos e polêmicas semanalmente e de forma ininterrupta. Desta vez, o que provocou uma discussão acalorada e tensa nesta segunda-feira(11/05) foi a resolução assinada pelos membros da mesa diretora - JORGE MACHADO, EDNA MAFRA E RICARDINHO DO GÁS - para aumentar o quantitativo de cargos do Concurso Público realizado no final do ano passado. Em mais uma ação para ocultar os fatos, o projeto de resolução foi apresentado e chegou para a votação de maneira rápida e rasteira, sem o devido conhecimento e análise de grande parte dos vereadores. Apesar de ter sido aprovado pela maioria (EDNA MAFRA, RICARDINHO DO GÁS, LÚCIO DA KI JÓIA, JOÃO DA FLORA e REGINA DO NILO), o projeto foi repudiado coerentemente pelos vereadores MAURÍCIO GADBEM, CHICA LODONHO, LUCIANO VOVÔ E QUATI. O grande problema em questão é o seguinte: No início do ano, mesmo com o concurso público homologado, a mesa diretora optou por contratar um motorista comissionado em detrimento do servidor aprovado no certame, porém por conta do motorista contratado ser genro do vereador Lúcio, após a ação do Ministério Público, o mesmo foi exonerado, mas com a promessa de que dariam um jeito de trazê-lo de volta. Agora com a desculpa de que o motorista efetivo do legislativo, Atanael de Souza - "Teco da Vila" - se aposentará, querem aumentar uma vaga na resolução que autorizou o concurso, sendo que o mesmo já foi realizado, homologado e os aprovados empossados. Acontece que "Teco da Vila", segundo contam, é desafeto dos membros da mesa diretora, por se recusar a realizar "certas viagens" que estes gostam de fazer com certa frequência. O genro do Lúcio é pessoa de bem e tem nosso respeito, inclusive ficou em segundo lugar na classificação geral do concurso público, mas o problema é que estava prevista apenas uma vaga e achamos que a regra do jogo não pode ser mudada ao bel-prazer dos mandatários, pois isto fere o princípio da moralidade e da impessoalidade. A postura vergonhosa, ou melhor, descompostura da vereadora Edna Mafra ao tentar coagir os demais vereadores a votarem favoravelmente ao projeto, inclusive pressionando a vereadora Chica Lodonho, afirmando que quando a mesma precisar utilizar veículo do legislativo lhe será negado: "Você vai precisar de carro e não vai ter, viu, Chica!", mostra como nossos representantes estão tratando a coisa pública. O plenário do Supremo Tribunal Federal já se manifestou a respeito do assunto e enfatizou não ser admitida a obrigatoriedade de a Administração Pública nomear candidato aprovado fora do número de vagas previstas, simplesmente pelo surgimento de nova vaga, seja por nova lei, seja decorrente de vacância. Reputou-se que a linha de raciocínio acerca do tema levaria à conclusão de que o dever de boa-fé da Administração Pública exigiria respeito incondicional às regras do edital, inclusive quanto à previsão das vagas do concurso público. Afirmou-se que, de igual maneira, dever-se-ia garantir o respeito à segurança jurídica, sob a forma do princípio de proteção à confiança. E não pensem vocês incautos leitores que quem está pressionando a aprovação do projeto seria o vereador Lúcio, pela questão parental, pois o mais interessado na questão é o presidente Jorge Machado que prometeu o cargo ao jovem, quando este ainda trabalhava com ele na prefeitura. Finalizamos, parabenizando os vereadores MAURÍCIO GADBEM, CHICA LODONHO, LUCIANO VOVÔ E QUATI, pela coerência de seu voto e pela argumentação apresentada da sessão de ontem, e deixamos a palavra final ao MINISTÉRIO PÚBLICO para dirimir quaisquer dúvidas sobre o que acontece no legislativo municipal, que, atualmente, carrega a alcunha dada por Edna Mafra de CASA MALDITA.