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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

"A Casa Maldita" - Parte Final

Farei meu último comentário a respeito da eleição da mesa diretora da Câmara Municipal e poderemos entrar, finalmente, no espírito natalino. Amanhã publico a série Colírios que todos gostam e vamos amenizar este clima cinzento que tomou conta da cidade nos últimos dias. Aproveito para parabenizar o locutor otimismo do rádio Nélson Costa, quem eu gostaria muito de ver ocupando uma cadeira no legislativo um dia, que fez uma reflexão inteligente, imparcial e corajosa a respeito das declarações da vereadora Edna Mafra, também concordo com o radialista, eu jamais ficaria numa "Casa Maldita", tanto é que lá não estou por minha livre e espontânea vontade, um bom subsídio e uma boa diária não me seduzem para entrar na roda e participar de uma "Casa Maldita" e a vereadora é, no mínimo, incoerente com suas convicções, se sabe de irregularidades, e não as denuncia, se critica seus pares e no mesmo discurso, "entra no jogo", por sinal, como bem disse o vereador Maurício, jogo macabro, jogo de cena. Comento abaixo como encarei o voto de cada um dos vereadores:

Edna Mafra - Sem comentários, todos já foram feitos. Ela precisa fazer um exame de consciência e parar de jogar pedra no telhado alheio já que o telhado dela nem é de vidro, é de acrílico, e do mais vagabundo, daqueles que trincam só de relar. O jogo de cena dela foi desmascarado na própria sessão, já que ela estava tetando se sair bem com os dois candidatos, era vice do Quati e secretária do Jorge. Como diria o próprio Quati: "No fim, as hienas mostram os dentes, parecem que estão sorrindo, mas estão ululando!"

Fabiano Barbosa - Sem dúvida foi o mais prejudicado com esta eleição. Foi enganado pelo poder executivo e traído pela vereadora Regina. Confiou em um compromisso de dois anos atrás e, descobriu que, como afirmava Tancredo Neves: "Política é como nuvem, hoje está aqui e amanhã está lá!". Sua única alternativa é migrar para a oposição e se firmar ao lado do vereador Maurício, mas precisa aprender a conter os ânimos e trabalhar com a inteligência e não com a impulsividade. Seu partido, o Democratas sai ainda mais enfraquecido desta disputa e, provavelmente, perderá seus dois vereadores para novos partidos no próximo ano.

Francisca Lodonho - Ao contrário do que tentam imprimir à postura da vereadora, a mesma foi verdadeira e coerente em sua votação. Chica representa um eleitorado composto por participantes dos movimentos religiosos da Igreja Católica, com formadores de opinião e lideranças que lhe cobram uma representação à altura no legislativo. Desde o início, a vereadora afirmou que votaria em si mesma para a presidência e, apenas em caso de empate entre Quati e Jorge Machado, desempataria em favor de seu colega de partido(Democratas). Chica não está em cima do muro, está apenas mantendo a mesma posição que adotou desde a primeira eleição à presidência.

João Sanches - Fez o que tinha que fazer, afinal, apesar de ter participado do compromisso assumido anos antes com o vereador Quati, por fidelidade partidária não poderia votar em outro candidato a não ser em Jorge Machado, assim como havia feito em minha eleição, já que também sou do PPS. Nestes dois anos em que o conheço, afirmo que João da Flora é um vereador comprometido com suas comunidades, um bom companheiro de bancada e desconheço qualquer fato que possa desaboná-lo.

Jorge Machado - Com seu histórico político em que já foi presidente da Câmara em tempos passados e vice-prefeito do Faustinho, não havia dúvidas desde que assumiu minha vaga no legislativo, após minha renúncia, que se tivesse oportunidade, tentaria a cadeira novamente. Foi um habilidoso articulador e contou com a ajuda do também habilidoso presidente de nosso partido, o PPS, Olenir Resende. Não podemos afirmar se teve ou não o apoio do prefeito, pois a vereadora que confidenciou o fato a Quati já mudou a versão, como é de costume em suas falas. Resta-nos desejar-lhe sorte e que recoloque a Câmara nos trilhos, afinal a instituição cresceu, é bem diferente do ambiente que conheceu anos atrás, hoje conta com um orçamento em torno dos R$5 milhões, possui uma grande sede própria e a Escola do Legislativo, são cerca de 40 servidores entre comissionados e efetivos. A experiência de por um ex-vereador do passado para dirigi-la neste ano foi desastrosa, travou as ações de transparência e participação popular do legislativo, desuniu os edis e trouxe a forma mais arcaica e burocrática de administrar para uma Câmara moderna e que poderia ter avançado muito se não fosse a "ditadura paralisante" que ali se instaurou. Suas últimas declarações na rádio local não demonstram novidades e ainda atingiram a atual presidente e seu diretor que enfrentam problemas na justiça.

Luciano Martins - Também foi prejudicado pelas traições, pois também tinha vontade de postular a presidência da Câmara, mas ao saber do compromisso que havia com Quati, abriu mão e com as bênçãos do prefeito, decidiu aliar-se ao mesmo. Com sua derrota, perdeu a chance de unir novamente seu partido, o PP, e ainda ficou sem a merecida participação na mesa diretora.

Maurício Gadbem - Também manteve suas convicções e sua candidatura, e ainda denunciou o teatro que se passava ali, as traições, as ingerências do executivo e as pressões partidárias. Prestou um serviço à comunidade e se fortaleceu, mais ainda, como futuro candidato ao cargo de prefeito. O médico segue os mesmos passos de Cláudio na oposição e pode ser a pedra no sapato na reeleição deste.

Regina Moysés - A decepção da noite. Traiu a confiança de Quati e de vários de seus apoiadores e amigos em função de manter seu atual diretor geral Buluca com seu cargo comissionado na Câmara. Regina passou pela presidência da Câmara, mas a presidência não passou por ela. Ao entregar a gestão do legislativo a seu diretor e suas convicções primitivas, conseguiu travar o poder legislativo e deu o título de pior Câmara da História aos atuais vereadores. Provavelmente o número de mulheres eleitas no próximo pleito deve diminuir, a partir do que se viu neste ano. Infelizmente, ela sai menor do que entrou. Julgou pessoas precipitadamente e acabou sendo também alvo do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça. Até que conseguiu manter seu teatro por um bom tempo, mas as previsões de que, como já havia feito antes com dezenas de aliados, trairia seus pares foi confirmada. Fato triste para muitas pessoas que, como eu, a admiravam e respeitavam.

Ricardo Ferreira - Manteve seu posicionamento e foi coerente em sua decisão. Ricardinho do Gás sempre reclamou da postura de Quati, que teve um voto a mais que ele nas últimas eleições(1043 votos), e atua na mesma região do primeiro. Seus questionamentos se baseavam em indicações e requerimentos apresentados pelos dois com assuntos similares, mas que, no ponto de vista de Ricardinho, eram divulgados por Quati como se fossem ações só suas. Não mentiu, nem fez média com ninguém e conquistou de maneira amigável seus 6 votos para a vice-presidência.

Sebastião Lúcio - O único que manteve seu compromisso com o vereador Quati, inclusive se mostrando um bom aliado e forte articulador da candidatura do mesmo. Lúcio é um vereador discreto no plenário, mas um batalhador que acorda cedo e não descansa um só minuto em busca de melhorias para a comunidade que representa. Também acreditou no compromisso do executivo com a chapa que apoiava e ficou chateado com as traições.

Esta é minha sincera opinião sobre o voto de cada um dos colegas vereadores. Assim como a maioria das pessoas me sinto, cada vez mais, enojado, não com a política, mas com os políticos e sua forma de atuação. Não pretendo voltar a vida pública e nem participar de eleições nos próximos anos. Não digo nunca, pois nunca é muito tempo para alguém que tem apenas 30 anos, mas o trauma ainda é recente e a ferida ainda está aberta. Mas ter a companhia de minha família, de meus verdadeiros amigos e amigas e de vocês, meus queridos internautas que acompanham este blog é reconfortante e nos faz pensar que ainda compensa ser verdadeiro e opinar com imparcialidade, agindo sempre com a verdade e com a independência que nos liberta...

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